
Mais sete policiais serão julgados pela Chacina do Curió
No exato momento em que a Chacina do Curió completa uma década, inicia-se mais uma etapa crucial: sete policiais militares terão seus destinos decididos pelo júri popular. Eles são acusados de desempenharem o papel do chamado “Núcleo da Omissão” — estavam em serviço, dentro de viaturas oficiais, e se omitiram diante dos homicídios ocorridos em novembro de 2015 na Grande Messejana, que deixaram 11 mortos — em sua maioria jovens — e dezenas de feridos. <<< SE INSCREVA NO CANAL DO FUTEBOL E RAPADURA NO YOUTUBE >>> O julgamento será realizado no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, com início às 9h desta segunda-feira, 25 de agosto. A denúncia do Ministério Público aponta que os réus, embora presentes, optaram por não agir — comportamento enquadrado como crime omissivo impróprio, por negligenciarem sua obrigação legal de proteger e agir. Eles respondem por acusações gravíssimas: 11 homicídios duplamente qualificados, três tentativas de homicídio, três crimes de tortura física e um de tortura psicológica.Os promotores reforçam que a omissão em face de crimes em curso constitui responsabilidade penal, ainda que o agente não tenha praticado o ato diretamente. Este é o quarto julgamento do caso Curió. Os anteriores, ainda em 2023, tiveram resultados diversos: condenações, absolvições e decisões parciais que envolveram desclassificações. O quinto julgamento já está agendado para 22 de setembro, quando mais três réus serão levados a júri. A denúncia inicial foi apresentada em junho de 2016 e envolveu 45 policiais, analisando milhares de páginas de investigação, depoimentos e provas como imagens, mensagens, comunicações por rádio e escutas MPCE. Hoje, a Justiça segue decidida a buscar responsabilização — inclusive por omissão — para preservar a memória das vítimas e reafirmar a importância do dever de agir.








