18 de setembro de 2025 — A COP Nordeste, realizada em Fortaleza, foi palco de acordos estratégicos que reforçam o protagonismo da região na luta contra a crise climática e no avanço do desenvolvimento sustentável. Durante a 3ª Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento do Semiárido (3ª ICID), os governadores e governadoras do Nordeste assinaram três importantes compromissos: a Declaração Conjunta com a UNCCD, a Carta-Compromisso da Transformação Ecológica e a Declaração de Fortaleza pelas Renováveis, em parceria com a Global Renewables Alliance. O anfitrião do evento, governador do Ceará, Elmano de Freitas, destacou que a transição ecológica pode ser a chave para transformar desafios históricos em oportunidades. Segundo ele, o sol e os ventos, antes vistos como barreiras, agora impulsionam a revolução econômica do Nordeste por meio da energia eólica e solar. Vivências no semiárido e combate à desertificação O Consórcio Nordeste firmou uma parceria de cinco anos com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD). O acordo fortalece ações contra os efeitos da seca e estimula práticas sustentáveis de agricultura no semiárido. A representante da UNCCD, Laura Meza, elogiou a região, afirmando que as experiências nordestinas são exemplos globais de como ações locais podem alinhar-se às metas internacionais. Carta-Compromisso da Transformação Ecológica Durante o evento, foi apresentada a Carta-Compromisso dos Governadores sobre a Transformação Ecológica no Nordeste, que faz parte da Estratégia Brasil Nordeste. O documento reafirma o uso da riqueza ambiental como motor de geração de emprego, renda e redução da pobreza. O texto, elaborado a partir de escutas nos estados, servirá de base para o Plano de Transformação Ecológica do Nordeste, previsto para ser apresentado na COP30. Energias renováveis e a “Declaração de Fortaleza” Outro destaque foi a assinatura da Declaração de Fortaleza pelas Renováveis, que estabelece a meta de triplicar a capacidade de energia renovável até 2030. Com 85% da energia eólica e solar do Brasil já produzida na região, a estratégia de “power shoring” busca atrair indústrias para se instalarem próximas às fontes de energia. O objetivo é fortalecer a neoindustrialização limpa, com foco em hidrogênio verde, data centers e mineração sustentável. Voz unificada do Nordeste rumo à COP30 No encontro, os governadores ressaltaram a importância da justiça climática, da transição energética e da defesa da Caatinga como patrimônio ambiental a ser preservado. A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, reforçou que o Nordeste está pronto para liderar debates na COP30. Já o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, destacou a necessidade de instituições fortes para garantir a soberania nacional. Representantes de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e outras autoridades também participaram, reafirmando a força coletiva da região. Encerrando o evento, o presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, celebrou o papel de destaque da região: “O Nordeste reconhece cada vez mais o seu potencial e fala com firmeza para lutar pelo que é de direito do nosso povo. Viva o Nordeste!”. Leia também | Alece lança curso para humanizar atendimento em mamografias no Ceará Tags: COP Nordeste, Consórcio Nordeste, energia renovável, transição energética, justiça climática, combate à desertificação, semiárido, sustentabilidade, hidrogênio verde, Elmano de Freitas, Rafael Fonteles, desenvolvimento sustentável, COP30, Nordeste do Brasil